Caso Fabrício - Opinião de um Gremista

Diante do surpreendente ( quase surreal) ocorrido, quero primeiramente elogiar a conduta de Vitório Píffero. Mostrou-se o verdadeiro líder. Não agiu por impulso. Consultou membros do Conselho, Jurídico e tomou a melhor das atitudes. Iria mais longe. A única a ser tomada. Liberou o atleta para seguir sua vida, sem prejudicar o jogador e não onerando o Clube, evitando inclusive possíveis processos trabalhistas.

Não entrarei no mérito da atitude de Fabrício. Destempero explicável, se analisarmos situações individuais que passa o rapaz em sua vida pessoal, mas imperdoável em todos os aspectos. Por maior que fosse a razão de Fabrício, ele a perdeu ao tomar aquela atitude. Assinou o final de um ciclo no clube. Pagou pelo que fez e é o grande responsável. Embora não seja o verdadeiro culpado.

Temos que parar com essa máxima equivocada, perpetuada como verdade no Brasil, que torcedor tem direito a tudo numa arquibancada, porque paga o ingresso. A grande culpada da perda de um bom nome no elenco colorado, foi a torcida, melhor dizendo, alguns pseudo torcedores, verdadeiros inimigos na Trincheira. Torcida vai a estádio para incentivar a equipe durante os 90 minutos, não para desestabiliza o time com vaias e ofensas pessoais. Se o resultado final não agradar, vaie após o final da partida. Cobre da Diretoria, mas não seja o fator desestabilizador, do time que diz amar. O torcedor no Brasil é principalmente mal educado, sem noção de limites ou bom senso.

Não se trata de exclusividade vermelha. A torcida do Grêmio também tem esses idiotas. Cheios de problemas mal resolvidos em suas vidas, vão a Estádio para extravasar suas frustrações. Fábio Santos foi um exemplo. Execrado por meia dúzia. Mal tocava na bola e a vaia comia. A gente percebia que não se sentia à vontade. Deixou o Grêmio. Hoje brilha no Corinthians, enquanto por aqui não se consegue um lateral esquerdo de verdade.

O argumento mais ouvido. Jogador ganha muito e é obrigado a aguentar de tudo. Essa é a babaquice das babaquices. Não sei o que voce faz na vida, mas se imagine trabalhando, com um chefe ou cliente te ofendendo a cada segundo,te tratando à base de berros e truculência, por não estar satisfeito com seu trabalho. Há dinheiro que pague essa humilhação? Agora multiplique esse pentelho por 30 mil e se ponha no lugar do atleta, que deseja apenas exercer sua atividade profissional.

Fabrício não foi forte o suficiente e tem de pagar, mas os torcedores responsáveis diretamente, deveriam ser banidos do Beira Rio. O que fizeram foi covardia e conseguiram apenas prejudicar o Clube. O tempo dirá.