Mesmo os voos solitários chegam em algum lugar. Façamos de nosso Pais a Terra que sempre sonhamos viver...

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Paulo Azeredo - A Grande Virada


Foto: Marcelo Teixeira da Silva

Há uma semana do Dia D, carregava a certeza: Marcelo Cardona o novo Prefeito de Montenegro.
Cheguei a publicar. Não sou de ficar em cima do muro e assumo minhas convicções.
Bem diferente daqueles que hoje gritam “Eu Já Sabia”. Zombam do meu prognóstico e horas antes da eleição se mantinham calados.
No fundo acreditavam o mesmo que eu.
Não havia outra conclusão: Paulo Azeredo e Aldana, vítimas de erros de percurso, no desenrolar da Campanha.
As Urnas trouxeram outra realidade. Surpresa aparentemente. Acompanhada da pergunta:
- O que causou a mudança?
Tenho minha posição. Analise e veja se discorda.
Dois erros crassos. Um cometido nos primórdios e outro no apagar das luzes da Campanha, de forma indireta trouxeram a reviravolta.
O primeiro:
- Em 2011 PT forma aliança temerária com PMDB e Partidos demoram  para assumir, diante de correligionários.
Aguarde os números  conquistados por Heitor e compare ao poder de fogo de PMDB e PT. Seguramente bem abaixo.
A coligação trouxe um racha nas legendas e os dissidentes migraram os votos para Azeredo.
Politizados, jamais se limitariam em anular ou fazer voto de protesto. Cardona não seria a opção.
O segundo:
- Na reta final, Chacall entra em cena nos debates. Jeito simples e sem papas na língua. Rouba a cena.
A Assessoria de Marcelo Cardona não deveria deixá-lo participar dos últimos debates.
Ele foi. Tornou-se alvo de ataques, principalmente de Chacall. Algumas colocações causaram risos na plateia. A cada gargalhada, votos se perdiam.
Indecisos que pendiam para Cardona, por rejeitarem Azeredo e Heitor, migraram para Chacall, de forma despretensiosa.
Mal sabiam a importância do gesto.
Cardona já apresentava sinais de desgaste. Visivelmente abalado com os últimos acontecimentos.
A famosa carta e uma pesquisa com números diferentes apontavam para problemas na reta final.
Seria a hora de sair de cena e evitar corpo a corpo. Sua Assessoria se perdeu.
Acredito. A diferença pró Marcelo seria acima de 1000 votos. Evaporou diante da troca de destino de votos.
Por essa razão não acredito em má intenção nas pesquisas eleitorais. Os citados, autores da migração de última hora, se consultados, se diriam indecisos. Jamais abririam o voto.
Evidente. Sempre há a possibilidade da Teoria da Conspiração.
Votos não vieram por racha, mas de forma orquestrada e combinada.
Prefiro a primeira. Menos "espetaculosa". O tempo dirá.
Tudo se esclarecerá no dividir de cargos.
De concreto, somente o fato.
Análise fria mostrava. PP conquistaria entre 36% e 38% dos votos. Mais que o suficiente para vencer.
A surpresa vem nos números de Azeredo.
Sem a menor sombra de dúvidas, a gordura excedente veio da Coligação PT/PMDB
Mais uma vez vi a máxima se confirmar.
Eleições não se ganha. Perde-se.
Marcelo Cardona entrou numa disputa sem nenhuma chance, caso a Frente Trabalhista PDT, PT, PSOl, PTB, PMDB se consolidasse.
Aliança não veio e jogaram a vitória no seu colo. Ele a deixou escapar por não prestar atenção ao que ocorria à sua volta.
Vencia de 2x0 faltando 5 minutos. Tomou um gol. Ao invés de se fechar e garantir, saiu em busca do 3º. A virada veio em contra ataques mortais.
Assessoria foi bem em 95% da campanha. Equivocou-se no fim.
Maratona. ganha quem chega. Não quem corre na frente. "O jogo acaba, quando termina",
Resta-nos parabenizar os grandes vencedores: Paulo Azeredo e Luiz Aldana.
Nada de comemorar ou chorar. Atitude inerente à militância.
Qualidade de mandato se mede no final. Até lá é torcer que os escolhidos das Urnas façam o que deles se espera e trabalhar em conjunto.
Ninguém governa só e adversários são concebíveis durante a disputa. Depois são todos cidadãos, unidos em nome de um bem maior.
Nossa cidade não é dividida em tribos. Trabalharmos em bloco. EXERCICIO DE CIDADANIA
MONTENEGRO MERECE. 

3 comentários:

  1. É isso ao Romário. Gostei da tua síntese e a partir dela consigo entender melhor o que aconteceu.
    Abraço!

    Thaís Mousquer
    Embaixatrizes

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  2. Boa tarde Romário
    Sou de Triunfo, cidade pulverizada pela paixão política, mas como frequentemente estou em Montenegro, procuro acompanhar os acontecimentos políticos daí, até porque gosto muito de política independente do lugar. Não posso opinar a respeito das coligações e possíveis conchavos que possam ter havido durante a corrida eleitoral.
    Em relação ao teu comentário concordo com praticamente tudo, mas acrescento uma opinião de alguém que está fora do calor eleitoral e que por esse fator certamente enxerga algumas coisas que muitos por estarem envolvidos pela atmosfera do local talvez não vejam.
    Quanto a vitória de Paulo Azeredo que pegou de surpresa algumas pessoas que acompanhavam o desenrolar da campanha em Montenegro, algumas considerações:
    1º: As pesquisas apontavam a vitória de Cardona: FATO. O que poucos analisavam, e acredito que a coordenação de Cardona também não observou, talvez pelo vislumbre dos números que faziam com que ele despontasse como favorito no pleito, é que as mesmas pesquisas que faziam essa projeção também mostravam uma fatia considerável de indecisos, (eleitores esses citados frequentemente por Paulo em seus comícios e propaganda eleitoral nos meios de comunicação) o que acabou se confirmando até a última pesquisa divulgada poucos dias antes da eleição. Certamente os articuladores da campanha de Marcelo não levaram em consideração o fato de que esse índice de eleitores indecisos, agregado com o considerável índice de rejeição de Marcelo, esses votos poderiam migrar para a candidatura de Azeredo.
    E aqui não está uma crítica no âmbito pessoal, até porque não sei quem estava a frente da organização da campanha de Cardona. O que mais uma vez quero ressaltar é que estou fazendo um comentário de quem estava observando os fatos à distância.
    2º O alto índice de rejeição de Marcelo Cardona apesar da liderança nas pesquisas. Mesmo que esse índice fosse próximo ao de Paulo Azeredo, era uma fatia considerável da população que, segundo os dados apresentados pelas pesquisas, não votariam em Marcelo Cardona de jeito nenhum. Talvez se esse fator fosse observado a situação poderia ter sido diferente.
    3º Notei certa “frouxidão”na campanha de Cardona pelo fato das pesquisas indicarem a vitória do mesmo. Talvez alguns militantes acabaram ficando na “zona de conforto” (expressão que está na moda), esquecendo que a eleição só acaba após as 17:00 hrs. do dia da votação.
    Agregado a isso, o fato de sabidamente Marcelo ser muito forte na zona urbana da cidade e nas classes sociais mais favorecidas, tanto é que muitos diziam que sua aliança com Josi Paz viria com o acréscimo de ser uma pessoa com forte penetração nas vilas e interior do município, enquanto Azeredo concentrava sua força no interior e nas classes sociais de menor poder aquisitivo. Por mais que as pesquisas fossem realizadas nas diversas localidades do município, o fato do interior ter uma distancia maior entre as moradias fica bastante difícil entrevistar um grande número de eleitores.
    No mais, faço minhas as tuas palavras: “... torcer que os escolhidos das Urnas façam o que deles se espera...”
    Grande Abraço

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