Foto: Marcelo Teixeira da Silva
Há uma semana do Dia D, carregava a certeza: Marcelo Cardona o novo Prefeito de Montenegro.
Cheguei a publicar. Não sou de ficar em cima do muro e assumo minhas convicções.
Bem diferente daqueles que hoje gritam “Eu Já Sabia”. Zombam do meu prognóstico e horas antes da eleição se mantinham calados.
No fundo acreditavam o mesmo que eu.
Não havia outra conclusão: Paulo Azeredo e Aldana, vítimas de erros de percurso, no desenrolar da Campanha.
As Urnas trouxeram outra realidade. Surpresa aparentemente. Acompanhada da pergunta:
- O que causou a mudança?
Tenho minha posição. Analise e veja se discorda.
Dois erros crassos. Um cometido nos primórdios e outro no apagar das luzes da Campanha, de forma indireta trouxeram a reviravolta.
O primeiro:
- Em 2011 PT forma aliança temerária com PMDB e Partidos demoram para assumir, diante de correligionários.
Aguarde os números conquistados por Heitor e compare ao poder de fogo de PMDB e PT. Seguramente bem abaixo.
A coligação trouxe um racha nas legendas e os dissidentes migraram os votos para Azeredo.
Politizados, jamais se limitariam em anular ou fazer voto de protesto. Cardona não seria a opção.
O segundo:
- Na reta final, Chacall entra em cena nos debates. Jeito simples e sem papas na língua. Rouba a cena.
A Assessoria de Marcelo Cardona não deveria deixá-lo participar dos últimos debates.
Ele foi. Tornou-se alvo de ataques, principalmente de Chacall. Algumas colocações causaram risos na plateia. A cada gargalhada, votos se perdiam.
Indecisos que pendiam para Cardona, por rejeitarem Azeredo e Heitor, migraram para Chacall, de forma despretensiosa.
Mal sabiam a importância do gesto.
Cardona já apresentava sinais de desgaste. Visivelmente abalado com os últimos acontecimentos.
A famosa carta e uma pesquisa com números diferentes apontavam para problemas na reta final.
Seria a hora de sair de cena e evitar corpo a corpo. Sua Assessoria se perdeu.
Acredito. A diferença pró Marcelo seria acima de 1000 votos. Evaporou diante da troca de destino de votos.
Por essa razão não acredito em má intenção nas pesquisas eleitorais. Os citados, autores da migração de última hora, se consultados, se diriam indecisos. Jamais abririam o voto.
Evidente. Sempre há a possibilidade da Teoria da Conspiração.
Votos não vieram por racha, mas de forma orquestrada e combinada.
Prefiro a primeira. Menos "espetaculosa". O tempo dirá.
Tudo se esclarecerá no dividir de cargos.
De concreto, somente o fato.
Análise fria mostrava. PP conquistaria entre 36% e 38% dos votos. Mais que o suficiente para vencer.
A surpresa vem nos números de Azeredo.
Sem a menor sombra de dúvidas, a gordura excedente veio da Coligação PT/PMDB
Mais uma vez vi a máxima se confirmar.
Eleições não se ganha. Perde-se.
Marcelo Cardona entrou numa disputa sem nenhuma chance, caso a Frente Trabalhista PDT, PT, PSOl, PTB, PMDB se consolidasse.
Aliança não veio e jogaram a vitória no seu colo. Ele a deixou escapar por não prestar atenção ao que ocorria à sua volta.
Vencia de 2x0 faltando 5 minutos. Tomou um gol. Ao invés de se fechar e garantir, saiu em busca do 3º. A virada veio em contra ataques mortais.
Assessoria foi bem em 95% da campanha. Equivocou-se no fim.
Maratona. ganha quem chega. Não quem corre na frente. "O jogo acaba, quando termina",
Resta-nos parabenizar os grandes vencedores: Paulo Azeredo e Luiz Aldana.
Nada de comemorar ou chorar. Atitude inerente à militância.
Qualidade de mandato se mede no final. Até lá é torcer que os escolhidos das Urnas façam o que deles se espera e trabalhar em conjunto.
Ninguém governa só e adversários são concebíveis durante a disputa. Depois são todos cidadãos, unidos em nome de um bem maior.
Nossa cidade não é dividida em tribos. Trabalharmos em bloco. EXERCICIO DE CIDADANIA
MONTENEGRO MERECE.